Eperdu [fxs] é meu projeto de música solo. Para apresentá-lo tenho que contar um pouco de história. Quando fui morar em Belo Horizonte, há quase 20 anos, me trasferi para Escola de Design e conheci o Marcos Loureiro, que é guitarrista e acaba de lançar um disco What’s in the box. Além da amizade que se criou, o que sempre nos uniu foi a música. Embora os gostos não fossem totalmente alinhados, a química deu certo. Entre o technopop, a música eletrônica, o black metal e o rock tinha alguma coisa. E foi aí que decidimos começar a fazer um som juntos.
Nos encontramos na casa do Marcos para tocar os primeiros acordes. Eu levei meu teclado, era o que eu tinha na época, um Casio de apenas quatro oitavas e o Marcos plugou sua guitarra Fender no ampli. Foi ali que nasceu o Enjoy, que no começo se chamou Woespleen. Com essa junção, um mineiro metaleiro e fã de Mike Patton com um paulista technopop, fã de Roxy Music, só podia ter saído um som híbrido. Nosso som era rotulado de gótico, EBM, industrial, Live e era justamente essa mistura de guitarras pesadas, melódicas e sintéticas, com muitas linhas de synth, bateria eletrônica, voz limpa e muito noise que criava toda essa mistura. Por fim, meu irmão se juntou à banda para tocar os teclados ao vivo junto comigo, já que eu também fazia o vocal. Outro amigo tocou baixo por um curto período. Depois de um tempo tocando em três, fomos apresentados ao Psico, que além de um músico criativo e talentoso, é produtor e DJ. Psico é dono de um dos projetos mais reconhecidos no cenário eletrônico mundial, o Psicoff. E a banda ficou assim até o fim, Marcos, Psicoff, DJ Binho e stemamo.
Nós lançamos três álbuns, um deles produzido por um selo independente. Fizemos shows por algumas partes do Brasil. As experiências desses shows poderiam dar um livro, quem sabe. E é claro, ficou a amizade e muito material sonoro.
Em 2007, quando estávamos quase acabando com os encontros da banda para ensaiar, acordei com a palavra Eperdu na mente. Eperdu é uma palavra francesa e também nome de uma canção do Cocteau Twins, uma de minhas bandas favoritas. Como acredito na energia que nos rodeia e nos influencia, dei esse nome ao meu projeto. Incluí a sigla [fxs] e quase que naturalmente me vieram à mente os símbolos que se replicam infinitamente para criar o logo e os elementos do nome.A música também veio tão naturalmente quanto o nome e seus elementos gráficos. Acabei criando um som etéreo, também híbrido, ambiente e sensorial. Lancei o álbum Unconscious Thoughts em 2010. Após o lançamento deste álbum eu foquei todas as minhas energias no desenvolvimento de trilhas e sound design para jogos digitais. Destaco a trilha do jogo Pesadelo – Regressão, da Skyjaz Games. Desde que tive a ideia do projeto Eperdu [fxs], eu queria trabalhar com projetos sinestésicos e explorar essas possibilidades. E um jogo de terror é perfeito para isso.
Recentemente o álbum Unconscious Thoughts, de 2010, foi remasterizado pelo Psicoff e lançado no Spotfy, Apple Music, Amazon e todos os outros serviços de streming disponíveis. Em breve a trilha completa de Pesadelo – Regressão também estará disponível nestes mesmos canais.
Site do Eperdu [fxs] – https://www.eperdufxs.com.br
Abaixo a playlist do disco.
Enjoy it!